TRABALHO II - 7° ANO - FINAL
Maquete e Pesquisa: Quilombo dos Palmares e a Consciência Negra no Brasil
Objetivos do Trabalho
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Compreender o que foram os quilombos no Brasil colonial.
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Conhecer a história do Quilombo dos Palmares e sua organização social.
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Reconhecer a importância de Zumbi dos Palmares como símbolo de resistência.
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Refletir sobre o Dia da Consciência Negra (20 de novembro) e sua importância na atualidade.
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Desenvolver habilidades de trabalho em grupo e criatividade por meio da construção de uma maquete.
Orientações Gerais
Os alunos serão divididos em 4 grupos.
Cada grupo terá uma parte da pesquisa + uma parte da maquete.
Materiais sugeridos para a maquete
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Papelão (base e recortes)
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Palitos de churrasco / picolé
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Tinta guache
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Massa de modelar ou argila
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E.V.A. e papel colorido
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Folhas secas, areia, pedrinhas, etc. (para simular natureza)
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Cola, tesoura, pincéis
Grupo 1 – O que são Quilombos?
Pesquisa: CARTAZ
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Como eram formados?
Os quilombos eram formados principalmente por pessoas negras escravizadas que escapavam do cativeiro. Quando encontravam um local seguro, construíam casas simples (geralmente de barro, madeira e palha) e se organizavam em grupos.
Dentro desses grupos, havia:-
Líderes e conselhos
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Divisão de tarefas
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Regras próprias de convivência
Ou seja, os quilombos tinham vida social, econômica e cultural própria, funcionando como verdadeiras comunidades independentes.
Quem fugia para eles?
Fugiam principalmente:
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Negros africanos ou afro-brasileiros escravizados, que buscavam a liberdade;
Mas também podiam se juntar aos quilombos: -
Indígenas perseguidos ou expulsos de suas terras
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Pobres livres e trabalhadores que sofriam exploração
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Soldados desertores que não queriam continuar servindo
Os quilombos eram, portanto, refúgios multiculturais, embora a base fosse africana.
Como sobreviviam?
Os quilombos se organizavam para sobreviver de forma autossuficiente:
Aspecto Como funcionava Agricultura Plantavam mandioca, milho, feijão, banana, batata e outros alimentos. Caça e pesca Caçavam animais e pescavam nos rios próximos. Trocas comerciais Trocavam alimentos, ervas medicinais, artesanato e ferramentas com povoados vizinhos. Defesa Construíam torres de observação, escondiam trilhas e treinavam guerreiros. Sabiam lutar capoeira e organizar emboscadas para se proteger dos ataques de soldados. Assim, os quilombos eram comunidades livres, organizadas e resistentes, mostrando que a população negra não aceitou a escravidão passivamente — ela lutou e construiu alternativas de liberdade.
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Maquete:
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Representar uma aldeia quilombola com casas simples, roças e mata ao redor.
Grupo 2 – Quilombo dos Palmares
Pesquisa: - CARTAZ
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A Serra Barriga, localizada na cidade de União dos Palmares em Alagoas, é considerada símbolo da resistência negra brasileira, pois durante quase 100 anos abrigou o maior quilombo do país, o Quilombo dos Palmares.
O quilombo foi formado no século XVII, pelas pessoas escravizadas que conseguiram fugir dos engenhos em busca da libertação das condições exploratórias que viviam. Sua população chegou a ter, segundo historiadores, 30 mil habitantes no ápice de sua organização social e política.
As fugas foram tantas que o quilombo acabou sendo organizado em 10 mocambos. O território tinha por volta de 200km² e se estendia desde as margens do Rio São Francisco em Alagoas até Cabo de Santo Agostinho em Pernambuco.
Houve grandes líderes do Quilombo dos Palmares: Aqualtune, Ganga Zumba e Zumbi dos Palmares. Dandara, mulher de Zumbi, foi uma das lideranças femininas negras que lutou contra o sistema escravocrata do século XVII e auxiliou Zumbi quanto às estratégias e planos de ataque e defesa do quilombo.
A sobrevivência dos quilombolas vinha da pesca, caça e plantação de milho, banana, feijão, mandioca, laranja e cana-de-açúcar. As mulheres faziam artesanato com cerâmica, tecido e palha para vender para às populações vizinhas.Alguns espaços são associados às atividades religiosas, como os espaços “campo santo” (onjó cruzambê) e “lagoa encantada dos negros e gameleira sagrada (irocô). Outros representam práticas cotidianas que foram assimiladas do povo indígena e incorporadas à cultura afro-brasileira, como por exemplo as ocas e a casa de farinha (onjó da farinha).
Os mocambos, normalmente, recebiam o nome de suas lideranças e possuíam autonomia própria; além disso, seus líderes faziam parte do Conselho dos Maiorais. A terra era um bem coletivo.
As atividades de pesca, coleta de frutos e plantio de raízes e cereais eram coordenadas pelo líder do mocambo, que distribuía os alimentos para todos os habitantes daquela localidade. O excedente era negociado com as populações que residiam próximas aos mocambos ou moravam nos engenhos.
Segundos historiadores, a grande quantidade de palmeiras deram origem ao nome “Palmares”. A região é rica em recursos naturais, principalmente o hídrico composto de nascentes que alimentam um açude e uma lagoa.
Lagoa dos Negros é um dos lugares sagrados da Serra, onde os religiosos de matriz africana realizam rituais.
Os valores simbólicos da Serra, como lugar referencial às manifestações culturais relacionadas à religiosidade, às expressões e às celebrações, ultrapassam as fronteiras desse território dando voz a grupos sociais, especialmente o de negros e afrodescendentes.
Maquete:
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Representar a Serra da Barriga com o quilombo principal (Macaco/Macau), torres de vigia e vegetação.
Grupo 3 – Zumbi dos Palmares
Pesquisa: CARTAZ
Quem foi Zumbi? (Nascimento, formação, liderança)
Zumbi nasceu no Quilombo dos Palmares, por volta de 1655. Quando criança, foi capturado por tropas coloniais e entregue a um padre, aprendendo português, latim e religião cristã.
Mesmo assim, Zumbi fugiu na adolescência e voltou para Palmares, onde se tornou um dos principais líderes guerreiros.
Ele era respeitado pela coragem, pela estratégia militar e por defender o direito do povo negro à liberdade e à vida digna.Por que ele se tornou símbolo da resistência?
Zumbi se tornou símbolo da resistência porque:
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Nunca aceitou acordos que mantivessem a escravidão, mesmo que parcial.
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Lutou para que todos os negros fossem livres, não só os que viviam em Palmares.
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Liderou batalhas contra tropas coloniais fortemente armadas.
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Representa a luta contra a opressão racista e a defesa da liberdade.
Por isso, hoje ele é lembrado como herói nacional e símbolo da Consciência Negra.
Quem foi Dandara?
Dandara foi uma das mais importantes líderes do Quilombo dos Palmares e esposa de Zumbi.
Ela era:-
Guerreira
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Líder política
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Treinada em capoeira e defesa do quilombo
Dandara lutou ao lado de Zumbi para manter Palmares livre e resistiu até o fim.
Ela também é símbolo de coragem feminina negra.
Como Zumbi morreu?
Zumbi morreu em 20 de novembro de 1695, após ser traído e capturado pelas tropas coloniais.
Sua morte marcou o fim oficial da resistência organizada de Palmares, mas não apagou sua memória.
Por isso, o dia 20 de novembro se tornou o Dia da Consciência Negra, para lembrar sua luta e valorizar a história e a cultura afro-brasileira.-
DESENHO GRANDE EM CARTOLINA:
- Representar Zumbi e guerreiros quilombolas
- Representar Dandara e mulheres quilombolas
Grupo 4 – Consciência Negra e a Lei do Feriado Nacional
- PESQUISA: CARTAZ
- Por que 20 de novembro se tornou o Dia da Consciência Negra
O dia 20 de novembro foi escolhido porque marca a morte de Zumbi dos Palmares, em 1695.
Zumbi foi um dos principais líderes da resistência à escravidão no Quilombo dos Palmares e lutou pela liberdade de todos os negros, não apenas dos que viviam no quilombo.
Enquanto o 13 de maio (Abolição da Escravidão) lembra o fim formal da escravidão, o 20 de novembro lembra a resistência, a luta, a organização, a cultura e a identidade negra.
Por isso, esse dia valoriza o papel da população negra na formação do Brasil.Lei que tornou o dia feriado nacional (Lei nº 14.759/2023)
O Dia da Consciência Negra já era feriado em alguns municípios e estados, mas não era feriado nacional.
Isso mudou quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei nº 14.759, de 21 de dezembro de 2023, que instituiu oficialmente o dia 20 de novembro como feriado nacional.
- A lei passou a valer em todo o território brasileiro a partir de 2024, sendo reconhecida e celebrada nas escolas, órgãos públicos e empresas.
Resumo da Lei:
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Nome da Lei: Lei nº 14.759/2023
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Assinada por: Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
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O que determina: 20 de novembro é feriado nacional, em memória de Zumbi dos Palmares e em celebração do Dia da Consciência Negra
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Objetivo: promover reflexão sobre a história e a luta da população negra no Brasil.
O dia 20 de novembro é importante para:
1. Discutir o Racismo
O racismo continua presente na sociedade brasileira.
Este dia é um momento de:
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Reconhecer que o racismo existe
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Entender como ele se manifesta
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Pensar em maneiras de combatê-lo
2. Valorizar a Cultura Negra
A população negra contribuiu para a cultura brasileira em:
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Música (samba, maracatu, hip-hop)
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Culinária (acarajé, feijoada)
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Religiões de matriz africana
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Capoeira
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Danças, penteados, artes, língua e saberes
O Dia da Consciência Negra reforça orgulho, identidade e ancestralidade.
3. Manter vivas as Memórias e Lutas Afro-brasileiras
É um dia para:
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Lembrar dos líderes quilombolas, como Dandara e Zumbi
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Reconhecer os quilombos urbanos e rurais que existem até hoje
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Continuar lutando por direitos, igualdade e respeito
TRABALHO ARTÍSTICO
FAZER UM GRANDE E COLORIDO CARTAZ
O grupo deve criar um cartaz grande e colorido contendo:
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Símbolos culturais afro-brasileiros, como:
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Tambor
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Capoeira
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Trançados e penteados
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Turbantes
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Máscaras e arte africana
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Berimbau
Atabaques
rodas de capoeira
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Frases sugeridas para colocar no cartaz
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“20 de Novembro – Dia da Consciência Negra.”
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“Zumbi vive na nossa memória.”
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“Sem luta não há liberdade.”
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“A cultura negra construiu o Brasil.”
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"Se eu ensinei preconceito, eu posso desensinar. Porque é um aprendizado e é artificial, não é da natureza" - Leandro Karnal
- "Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas amar." - Nelson Mandela
- "Numa sociedade racista, não basta não ser racista. É necessário ser antirracista." - Angela Davis





