7° ANO REVISÃO PROVA II
REVISÃO
1. A escravidão no Brasil colonial e o modelo econômico
No período colonial, a sociedade brasileira foi estruturada sobre um modelo de economia voltado para o mercado externo. A principal atividade econômica, desde o século XVI, era realizada em grandes propriedades rurais que produziam gêneros agrícolas — especialmente açúcar — destinados principalmente ao comércio europeu.
Essa estrutura exigia grande quantidade de mão de obra, e o trabalho compulsório se tornou o centro de organização econômica, política e social do período. A escravidão não estava relacionada a atividades urbanas ou industriais, mas sim às grandes lavouras voltadas para exportação, que eram o motor da economia colonial.
2. Quem formava os quilombos e por que surgiam
Os quilombos surgiram como espaços de resistência criados por indivíduos que fugiam da escravidão. Essas comunidades eram formadas, principalmente, por pessoas negras escravizadas que escapavam do cativeiro, mas não apenas por elas: também integravam esses territórios indígenas perseguidos, mestiços marginalizados e até pobres livres que buscavam refúgio e autonomia.
Por serem comunidades diversas, os quilombos se tornaram centros de convivência multicultural, articulando formas próprias de organização política, cultural e econômica.
3. A vida interna nos quilombos: economia, cultura e defesa
A vida cotidiana dentro dos quilombos incluía atividades essenciais para manter a autonomia. Era comum desenvolver técnicas agrícolas para autosustento, trabalhar com diferentes formas de artesanato para produção de utensílios e estabelecer formas de defesa militar, fundamentais para resistir aos ataques coloniais.
Essas comunidades não eram improvisadas: possuíam sistemas políticos, culturais e sociais próprios, além de mecanismos de vigilância e proteção para evitar invasões externas.
4. A importância histórica de Zumbi dos Palmares
Dentro da história da resistência negra, Zumbi se tornou um dos maiores símbolos de luta pela liberdade. Ele nasceu no interior do Quilombo dos Palmares e, ao assumir a liderança militar, defendeu fortemente a autonomia quilombola e recusou acordos que mantivessem qualquer forma de submissão.
Sua figura está associada à defesa da liberdade, à resistência armada e à luta contra o sistema colonial, o que o tornou referência histórica e cultural.
5. A longa duração do Quilombo dos Palmares
O Quilombo dos Palmares foi a maior e mais duradoura experiência de resistência negra da América portuguesa. Instalado na região da Serra da Barriga, resistiu por quase um século.
Sua longevidade demonstra a força militar, a organização social, a capacidade de produção interna e a unidade política dos quilombolas. Palmares não foi um refúgio temporário, mas uma verdadeira sociedade alternativa ao sistema escravista.
6. Como ocorreu a queda de Palmares
A destruição de Palmares não aconteceu de forma natural. Ao longo do século XVII, o quilombo enfrentou diversas expedições armadas enviadas pelos colonizadores, que não toleravam uma grande sociedade livre e organizada em território colonial.
Essas expedições, cada vez maiores e mais violentas, foram responsáveis por cercar e atacar sistematicamente as comunidades palmarinas, provocando seu colapso final.
7. Diferenças entre escravidão antiga e escravidão moderna
Ao comparar formas de escravidão ao longo da história, percebe-se que na Antiguidade a condição servil estava geralmente associada a guerras, dívidas e dominação militar. Já a escravidão moderna, especialmente no Atlântico, adquiriu um caráter racial, com base em teorias pseudocientíficas que tentavam justificar a inferiorização de africanos.
Essa racialização do trabalho escravizado é uma marca específica da escravidão moderna e diferencia esse período do sistema escravista antigo.
8. A transição da escravidão indígena para a africana no Brasil
Durante o início da colonização, muitos povos indígenas foram escravizados pelos portugueses. Contudo, ao longo do tempo, medidas da Coroa Portuguesa passaram a restringir essa prática, principalmente após pressões religiosas e disputas com missionários.
Com as proibições crescendo, os colonizadores aumentaram massivamente a importação de africanos escravizados, que se tornaram a principal mão de obra do sistema colonial. Esse processo resultou no intenso tráfico atlântico de pessoas.
9. As diversas formas de resistência dos escravizados
A resistência à escravidão não ocorreu apenas em grandes revoltas ou fugas. No dia a dia das fazendas e engenhos, pessoas escravizadas realizavam práticas de resistência silenciosa que dificultavam o funcionamento do sistema:
– reduziam o ritmo de trabalho,
– quebravam ferramentas,
– fingiam desconhecimento das tarefas,
– organizavam redes de ajuda mútua,
– preservavam práticas culturais e religiosas.
Essas ações, somadas às fugas e aos quilombos, revelam a complexidade das formas de resistência.
10. Lideranças políticas dentro de Palmares
Antes de Zumbi assumir a liderança militar, Palmares foi conduzido por outras figuras importantes. Uma dessas lideranças realizou tentativas de negociação com os portugueses, buscando garantir a segurança das comunidades palmarinas e reduzir ataques.
Essas negociações fazem parte da história política de Palmares e mostram que as estratégias de resistência incluíam tanto a guerra quanto a diplomacia.
11. A presença e o papel de Dandara dos Palmares
Entre as figuras mais marcantes da resistência de Palmares está Dandara, conhecida por sua atuação decisiva tanto na organização cotidiana quanto na defesa militar do quilombo.
Ela participou ativamente das estratégias de combate, contribuiu para a manutenção da vida comunitária e tornou-se símbolo de luta das mulheres negras na história do Brasil.
Sua trajetória demonstra que mulheres também tiveram papel central na resistência negra.
12. A escravidão por dívida em outras sociedades
Além da escravidão racial moderna, outras sociedades tiveram formas de escravidão baseadas em obrigações temporárias. Em muitos casos, indivíduos que não conseguiam pagar dívidas eram submetidos a trabalho forçado até a quitação completa.
Essa prática, que ocorreu em diferentes épocas e culturas, não estava necessariamente relacionada à origem étnica, mas sim à incapacidade de pagar um débito.
13. Características da escravidão na Antiguidade clássica
Na Grécia e em Roma, pessoas escravizadas podiam ser prisioneiros de guerra, indivíduos endividados ou pessoas capturadas durante campanhas militares.
É fundamental notar que, ao contrário do modelo moderno, a escravidão antiga não era racial: pessoas de diversos povos, culturas e regiões podiam ser escravizadas.
Isso diferencia profundamente o sistema antigo da escravidão colonial moderna, marcada pela racialização.
14. Por que o tráfico negreiro durou tanto tempo
O tráfico atlântico de africanos tornou-se um dos maiores deslocamentos forçados da história. Esse sistema persistiu por séculos por causa do enorme lucro que gerava para comerciantes, elites coloniais e empresas envolvidas no transporte e venda de pessoas.
A exploração econômica foi o principal fator que manteve esse comércio funcionando, mesmo diante de críticas morais e religiosas ao longo do tempo.